Realidade e fantasia

13:48




Imagem de diary, quote, and writing

Há um tempo venho pensando sobre escrever, a ida, a pausa, a volta, a continuidade e assiduidade, mas não tenho conseguido expor tão fluidamente o que se passa aqui por dentro e por fora. Na teoria é tudo bem simples, abre o computador, página em branco, mãos no teclado e vamos lá(!), porém nada.  Nem um parágrafo sequer que faça sentido. "Ah, já sei! Eu costumava andar com um caderninho para anotações, costumava levá-lo pra cima e pra baixo, surgia uma ocasião e lá estava eu escrevendo. Pronto! Mistério resolvido!" E assim providenciei um, não do mesmo tipo, mas tinha folhas em branco, servia para escrita. Adeus, trava! 

Dias, após dias... nada. Dias que se transformam em semanas, semanas que viraram meses, um texto antigo aqui, parágrafos desconexos ali. "O que está acontecendo?" Outra ideia surge, vou falar sobre uma parte de mim que não havia sido exposta ainda, outro tipo de sensação, outra forma de dor. Esse lado, entretanto, não estava disposto a aparecer ainda. Retraída. Pensamentos flutuam. "Eu poderia terminar o livro, já faz anos que tento escrevê-lo, acho que se eu parar de exigir tanto consigo finalizar!" Abre o livro, lê algumas coisas, as primeiras coisas. "Por que eu estou lendo isso mesmo? Nunca vai dar certo. Esquece." Fecha. Mais um ciclo de pensamentos, outra ideia. Mas nada vai sair se eu não me empenhar de verdade. Colocar, não tão literalmente assim, a mão na massa. 

E sobre quem escrever? O que vão pensar? Há quem não acredite no potencial da imaginação. Posso falar sobre uma dor inexistente no peito de uma personagem inventada, porque me foi descrito, algum dia, a sensação de angústia. Ou escrever sobre superar seus medos, não que eu tenha superado os meus, mas é o que desejo, quero poder ter essa sensação em alguma parte de mim, mesmo que na minha parte 'irreal'. Quero me desprender do rótulo imposto por mim, dos olhares dos outros, da inclinada de cabeça quando digo que sim, consegui escrever sobre algo que nunca vivi. E, se necessário for, andar com uma plaquinha ou gritar aos quatro cantos que é tudo uma mistura de realidade e fantasia. Um só diário do mundo real e do irreal. Um só lugar para tantas vidas. 

Você também pode gostar

0 comentários